Oftalmia simpática após traumatismo ocular contuso / Simpathetic ophthalmia

Os autores descrevem um caso de Oftalmia Simpática (OS) sem perfuraçäo ou rotura ocular evidente, com excelente evoluçäo com a corticoterapia. Discutem, com base na observaçäo do caso e na revisäo de literatura, a excepcionalidade da enucleaçäo nesta patologia

Retinopexia pneumática: análise de 101 casos / Pneumatic retinopexy: analysis of 101 cases

Apresentada casuística de 101 pacientes operados no Hospital dos Servidores-RJ pela técnica de retinopexia pneumática, entre 1986 e 1991. Setenta e cinco olhos em 75 pacientes tiveram sua retina reaplicada (74,25 por cento) por no mínimo 6 meses. Foram incluídos pacientes (n=29) com roturas múltiplas, roturas maiores que 1 h, portadores de PVR até C3, afásicos e pseudofásicos, e previamente operados pela técnica de introflexäo escleral. Neste grupo, o índice de cura atingiu 62,07 por cento. Naqueles com roturas até 30º de extensäo ou múltiplas retidas neste intervalo, PVR até C1 e localizadas entre 9 e 3 hs., a retina foi reaplicada em 78,26 por cento. A retinopexia pneumática mostrou-se eficiente, de baixo custo e fácil realizaçäo, devendo ser considerada, frente às dificuldades estruturais da saúde pública no Brasil, como de primeira escolha para casos selecionados.

Hipertensäo ocular após retinopexias / Ocular hypertension after retinopexy

Os autores analisaram, prospectivamente, a ocorrência de hipertensäo ocular no período pós-operatório imediato (primeira semana), em 47 olhos submetidos à retinopexia com introflexäo escleral, drenagem de líquido sub-retiniano e colocaçäo de elemento circular. Encontraram elevada incidência de níveis acima de 22 mmHg tanto no primeiro dia de pós operatório - 27 casos (57,45//) - como após uma semana - 11 casos (23,40//). Sugerem que maior atençäo seja dada à tonometria após as retinopexias, em razäo das possíveis complicaçöes relacionadas aos elevados níveis tensionais

Candidemia com endoftalmite / Candidemia with choroidoretinitis

Um paciente com 43 anos, de cor negra, é internado com quadro de íleo e submetido a laparotomia exploradora. A oclusäo intestinal era conseqüente a bridas. Durante o ato cirúrgico, houve lesäo de intestino delgado, fazendo-se necessária a ileostomia. No pós-operatório apresentou abscesso de parede e fístula enterocutânea, precedidos de quadro febril. Iniciado gentamicina, cloranfenicol e hiperalimentaçäo parenteral. O cuadro febril, que fora debelado, reinstalou-se com calafrios e sem resposta ao novo esquema antimicrobiano. Quatro hemoculturas deram crescimento a Candida albicans e a imunodifusäo foi fortemente positiva. Iniciou-se ketoconazol, tendo sido sustada, em seguida, a hiperalimentaçäo parenteral. No olho esquerdo, apresentou turvaçäo vítrea e na coriorretina, lesöes metastáticas de candidemia. A seguir, foram constatadas sinéquias posteriores. Queixava-se, nesta fase, de turvaçäo visual intensa. Hemoculturas negativas. Continuava febril. Surgiram novas lesöes de coriorretinite, a despeito de utilizaçäo de anfotericina B. A melhor clínica, no entanto, foi acentuada neste curto espaço de tempo. Tomou apenas 125mg de anfotericina B que, por falta absoluta de veias, foi interrompida. Continuou a terapêutica com 5-fluorocitosina, tendo obtido plena recuperaçäo clínica e oftálmica. Säo revistos os aspectos gerais da candidemia com endoftalmite. Considerando a seriedade com que deve ser hoje encarado o envolvimento das estruturas oculares nesta patologia, lançamos um alerta para seu alto índice de mortalidade assim como para a possibilidade de cegueira definitiva